quarta-feira, agosto 26

. lisongeiramente, nos sufoca

Tá. Acreditei por algum tempo que a dupla perfeita era sorvete de maracujá e tapioca. Mas esse negócio de perfeição é conversa fiada. Porque coco e maracujá podem perfeitamente refrescar e adocicar a vida de duas pessoas. Especialmente quando elas não escolheram uma música [duas, três ou quatro!] para dançar, mas sim aquela que toca inesperada e tão previsivelmente em lugares absolutamente inapropriados para a dança. Lugares esses que são tão seus e dos outros ao mesmo tempo, que a confusão parece não se desfazer nunca. Mas se desfaz [desfaz?] quando as conversas cúmplices giram tanto que elas ficam tontas de tanto vai-e-vem de acontecimentos, lugares, planos, pessoas, indecisões, dúvidas, meninos, moças, crianças e sonhos [irrealizáveis ou não, quem sabe?]. Olhando de relance ninguém acredita, mas vendo além do óbvio fica bem claro. O problema talvez se encontre bem aí. Quem é que consegue [ou se propõe, que seja] a ver essas florzinhas para além de suas pétalas transadas e da hora? Vejo tanto os olhinhos brilhantes e com vontade de abocanhar o mundo, que não consigo ver mais nada. Então me dou conta: a cegueira é coletiva. A doutrina é a da perdição. Hierarquia valorativa entre as teorias pós-modernas e as teorias clássicas? Não. Mas, de fato, a poesia, a arte e a literatura que saltam dos teus olhos, ouvidos e boca nos acalentam e aninham num peito muito mais cheio de amor, dor e inquietações. Ah, e isso nós temos. Estamos vivas e nos permitimos viver. E tenho dito.

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