sexta-feira, abril 16

a nudez das coisas

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a fala fragmentada sopra delicadezas viris, coisa de quem tem aquele não-sei-quê-especial.

ainda inerte no lugar onde escolhi para ficar durante três horas ininterruptas, ouço-sinto um tilintar exalando dizeres para-todos [em certos momentos ecoa endereçado, pois aventuras antropológicas se fazem em qualquer lugar..]

naquela hora, todas as minhas certezas, tão sólidas quanto a neve que nunca vi, derretem-se. coisa de quem se deixa fluir um tanto demais. penso: "tome tento, moça! seu refúgio e seus livros são um caminho certo para a sensatez."

nunca foi o meu forte, a sensatez. sendo assim, me jogo do 15° andar e sinto um turbilhão híbrido rasgando a 360km/h o meu peito nu.

o olho humano também é nu. apasar das lentes de correção, há um invísivel e infinito escarcéu de seres inanimados e impressões corriqueiras que nunca saberemos se são reais ou não.

"menina, se não pensamos nelas, simplesmente não existem!" e a recíproca também é verdadeira.

olho a lua imagética num espelho cristalino e sussurro internamente: "deviam ser meus, os olhares fortuitos cuspidos em vão por aí.."

então, me encontre lá.

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