quarta-feira, maio 19

do lago

sentir-se só sem ser..
toda a ausência causa caláfrios que aquecem a necessidade do calor compartilhado na banheira vazia e fazem o grande vão parecer eternamente desabitado.

a aurora faz pessoas tão iguais parecerem sombras ensimesmadas.
sentir-se preso num emaranhado de pesoas prontas,
engendra uma realista prece de ateus santificados.
olho os carros no vem-e-vai eloquente e miro um futuro palpável como pinturas rupestres.

a carne mal cozida e desidratada do rosto enrubescido,
lança o peso de uma puberdade leviana sufocada
e faz emergir sonhos fúnebres roubados de si mesmo.

assim, alista-se no exercícito do tempo mal vivido e faz os pequenos meandros da relva interna ganharem a superfície.
tão meus são os seus medos, que torno-me acidentalmente a irrevogável causa deles.

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