sexta-feira, junho 4

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Um olhar impiedoso lançado contra aquele que evidentemente nunca te fará mal e que provavelmente nunca te deixará na mão. Tão ensurdecedora é a macabra sinfonia da indiferença, que as ideias ficam desbaratadas e o manual de procedimentos se transforma em apenas mais um estorvo.

Sentimentos que se deixam escapar nos olhares lúgubres, com leves tons de reprovação, transformam a ciranda, outrora alegre e colorida, em um circo freak e perverso. O tom da tua pele queimada pelo sol deixa transparecer que Balzac se apossara de teu corpo assim, sem muitos estardalhaços. Porém, os olhos cansados do caminho à médio prazo, denunciam a estirpe dos eternos jovens adultos solitários.

Longe de deter a lendária auto-confiança alardeada por aí aos quatro ventos desde o início dos tempos, toma atitudes mesquinhas e beijadas pelos sutis lábios da emulação. Faz do seu mundo, já duro em sua essência frívola, um pântano de sentimentos toscos enlameados de insensatez.

Ouça: passos de dança podem [e devem] ser compartilhados com pessoas especiais. No entanto, mais importante que agraciar estranhos com graça e delicadeza, é preservar o que foi ladrilhado com esmero e encoberto pela cuidadosa superfície da diligência.

Hoje, tenho um rosto enrubescido pelo tom do esquecimento.

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