sábado, janeiro 15

. como viver cem anos

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hoje, tudo que há em mim possui algo de você. dos sonhos e dos planos cambaleantes, surgiu um animal intenso, eterno e sobretudo quadrúpede. o desenho de estradas coloridas agora é feito a quatro mãos, de braços dados.

a minha pele não mais possui um cheiro único, porque o teu suor me banhou e o meu sono nunca mais será o mesmo, porque necessita do peso. carrego nos olhos a vontade de construir e nos ombros a suavidade do desejo.

serenidade e intensidade hoje habitam esse corpo, que não mais é um. como poderia ser, se a música que entoa dos meus poros canta os mais felizes segredos em teu ouvido? se as intempéries do tempo criam em nós uma chuva interna?

se estive aqui é por que, de alguma maneira, você estaria também. e se precisar partir, carregarei comigo os castelos criados, porque o futuro é aqui e porque tudo o que há dentro reverbera e se derrama.

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